terça-feira, 14 de setembro de 2010

"A RODA" (Gleyson Fonseca)

NÃO ADIANTA REINVENTAR A RODA.
TUDO ISSO É ISSO DESDE QUE O MUNDO É MUNDO.
NÃO PENSE EM MUDAR DE ROTA
MESMO QUE A VIDA SEJA O SEU MEDO MAIS PROFUNDO.

Trinta, sessenta ou noventa?
No final das contas não faz diferença
já que eu tenho que pagar.
Tenho que pagar as minhas dívidas
e a conta do boteco pro goró não esquentar.

Água, luz e telefone
e o rango pra matar a fome.
E a escola das crianças não vai dar pra barganhar.
E o limite estourado e o crédito negado?
Quando sobra algum trocado não compra nem um all star.

Tênis velho,  jeans rasgado.
Eu vou seguindo apavorado com a mesma sensação.
Escrevendo minhas besteiras 
vou ouvindo as asneiras que vem da televisão.

Tô mais velho e enrugado.
Vou seguindo preocupado com a nossa evolução.
Nem Charles Darwin imaginaria a que ponto chegaria
o preço de um caixão.

Meu sorriso amarelo, o meu dente obiturado,
minhas marcas de expressão.
Tanta coisa tá rolando que a cabeça vai rodando
de tanta preocupação.

Só tô trilhando o meu caminho.
Quase sempre estou sozinho
mas com Deus a me guiar.
E dou graças ao destino.
Prefiro a paciência, não vou mais me estressar.

Sou ranzinza, mal- humorado e o que mais você disser.
Mas não bato à sua porta,
não lhe peço e não lhe imploro.
Diga o que você quiser.

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